Confira agora a entrevista com o autor do livro História do cinema mundial, publicado pela Summus Editorial.
A maior premiação do cinema mundial, promovida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, chega à sua 95a edição, com a cerimônia de entrega das estatuetas marcada para o próximo domingo, 12 de março. Todos os anos, diversos meios de comunicação comentam alguns assuntos, em especial as especulações de quem serão os vencedores de cada categoria. No dia do evento, todos os apaixonados pela sétima arte ficam aguardando a passagem dos famosos de Hollywood pelo tapete vermelho, e o momento mais esperado é o anúncio do prêmio de melhor filme.
Pensando nisso, o Grupo Editorial Summus conversou com Franthiesco Ballerini sobre o que podemos esperar este ano da premiação mais importante do cinema. Franthiesco é doutor em Comunicação Midiática pela Universidade Metodista (Umesp) e autor de diversos livros, entre eles História do cinema mundial (Summus Editorial, 2020).
Franthiesco Ballerini, autor do livro História do cinema mundial
Grupo Summus: O que podemos esperar do Oscar 2023? Qual filme deve ser o destaque da premiação e qual ator/atriz merece ganhar uma estatueta?
Franthiesco Ballerini: Sobre o filme destaque, o Globo de Ouro e o BAFTA costumam ser um termômetro para o Oscar. Dois filmes que estão com bastantes indicações são Tudo em todo lugar ao mesmo tempo e Nada de novo no front, e por isso eu acho que eles são grandes candidatos ao Oscar.
Como melhor ator, eu apostaria no Brendan Fraser; ele teve uma grande mudança visual no filme A baleia e foi indicado ao prêmio de melhor ator no Critics’ Choice Awards, no BAFTA e no Globo de Ouro. Se não for ele, o Colin Farrell, que ganhou o prêmio do Festival de Veneza.
Como melhor atriz, a Cate Blanchett, no filme Tár, que estreou agora no Brasil. Ela tem tudo para ser a vencedora porque ganhou o Globo de Ouro, o Critics’ Choice Awards e foi indicada ao BAFTA.
Grupo Summus: Este ano, o Brasil não tem representantes no Oscar. Como você vê o cinema brasileiro atual?
Franthiesco Ballerini: Historicamente, nós somos instáveis, não temos muita aderência ao Oscar, apenas em raríssimos momentos. Temos mais facilidade de entrar e ganhar em festivais como Berlim e Veneza — isso é histórico.
Tivemos grandes chances com Central do Brasil, mas simplesmente caiu no mesmo ano que A vida é bela. Depois disso o Cidade de Deus, mas não foi indicado a melhor filme estrangeiro, e depois disso a gente não se aproximou do prêmio.
Mas estamos em um momento de retomada do cinema nacional. Quem sabe nos próximos anos teremos um maior número de produções, e aí uma delas poderá ter mais chances de emplacar com uma indicação e vencer.
Grupo Summus: Qual edição do Oscar você considera a mais marcante para a história do cinema mundial e por quê?
Franthiesco Ballerini: Vou responder a essa pergunta de duas maneiras:
A mais marcante pra mim foi o primeiro Oscar que eu assisti. Eu tinha 9 ou 10 anos de idade quando meus pais foram ao shopping no interior ver Ghost — Do outro lado da vida no cinema. Eu fui com eles e fiquei fascinado pelo filme, assisti ao Oscar com 10 anos torcendo para Ghost ganhar tudo. Foi o Oscar de 1991.
E apontaria como premiação mais marcante a de 1972, quando o Chaplin recebeu o Oscar honorário. Ele já estava bem velhinho e foi aplaudido por muito tempo, ficou muito emocionado. Eu me lembro de quando estava escrevendo o livro História do cinema mundial, me emocionei demais vendo esse trecho no YouTube. Foi um momento lindíssimo e merecidíssimo devido a toda injustiça que cometeram com ele em Hollywood.
Grupo Summus: Como nasceu o seu livro História do cinema mundial, publicado pela Summus Editorial em 2020?
Franthiesco Ballerini: O livro História do cinema mundial nasceu de uma necessidade minha e do mercado. Eu já dava aula de história do cinema há muitos anos e percebi que no mercado editorial havia dois perfis de livros dominantes. Um que era de traduções de livros que vinham especificamente dos Estados Unidos e me incomodava muito, pois era colocado 70% da história do cinema como o cinema americano e era apenas pincelado, superficial, o restante do mundo. E um outro perfil é que, nos livros que havia no Brasil, eu achava que tinha um espaço mínimo para o cinema africano, para o cinema da Oceania e o cinema latino-americano, como do México, do Brasil e de Cuba. Então eu quis fazer uma pesquisa mais extensa e que englobasse muito bem a Ásia, a África, a Oceania e países como Paraguai, Chile e Bolívia, que não tinham uma cinematografia tão marcante na época. Então essa foi a intenção, estender a pesquisa para que o livro não falasse só dos movimentos cinematográficos, mas também da indústria e, principalmente, do cinema que representa a cultura de cada um desses países.
Saiba mais sobre o autor:
Franthiesco Ballerini é doutor em Comunicação Midiática pela Universidade Metodista (Umesp). Foi repórter e crítico do Grupo Estado por oito anos, com reportagens em países como México, Canadá, Estados Unidos, Índia e Argentina. Foi colaborador das revistas Bravo! e Cult, além de colunista cultural da Rádio Eldorado, da TV Gazeta e do Observatório da Imprensa. É autor dos livros Diário de Bollywood; Cinema brasileiro no século 21; Jornalismo cultural no século 21; e Poder suave (soft power), finalista do 60o Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa — todos publicados pela Summus. Fundou, em 2017, a agência Ethos Comunicação & Arte e tem experiência como professor de graduação e pós-graduação em diversas instituições. No cinema, produziu o curta Legacy, para a Giorgio Armani, e o documentário Bollyworld, na Índia. É roteirista e diretor de Nome.
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Tem interesse pelo assunto? Conheça o livro:
HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL
Autor: Franthiesco Ballerini
Summus Editorial
Fruto de três anos de profundas pesquisas, História do cinema mundial traz um viés inédito para o estudo do tema: o enfoque geográfico e cultural da sétima arte. Na primeira parte do livro, Franthiesco Ballerini explica como se formaram as principais indústrias cinematográficas do mundo, como Hollywood e Bollywood. Em seguida, passeia pelos movimentos cinematográficos mais emblemáticos do planeta – como o Neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa. Na terceira parte, o autor faz uma análise detalhada do melhor cinema feito em cada continente, detalhando aspectos culturais, estéticos e de linguagem. Utilizando o didatismo que lhe é característico, Ballerini se dirige a estudantes de artes e comunicação, profissionais do cinema e do audiovisual, professores e artistas. Na obra, o leitor também encontrará:
- pequenas sinopses dos filmes mais importantes;
- curiosidades sobre os bastidores da indústria cinematográfica;
- listas com os filmes fundamentais;• lindas fotografias que ajudam a contar a história de cada capítulo;
- índice onomástico composto por todas as películas citadas e por diretores, atores e produtores.
Outros livros do autor:
Cinema brasileiro no século 21
Reflexões de Cineastas, produtores, distribuidores, exibidores, artistas, críticos e legisladores sobre os rumos da cinematografia nacional
R$111,20Esta é a obra definitiva sobre o cinema brasileiro. Baseado em dois anos de entrevistas com os mais importantes nomes do cinema nacional, em pesquisas e em dados da indústria, Franthiesco Ballerini faz um retrato da produção cinematográfica hoje nas áreas de atuação, direção, roteiro, exibição, distribuição e legislação, entre outras. Prefácio de Jean-Claude Bernardet.
Poder suave (Soft power)
R$87,80Utilizado pela primeira vez pelo cientista político Joseph Nye na década de 1980, o termo “poder suave” (soft power) designa a capacidade de um Estado ou uma instituição influenciar a opinião pública para que seus objetivos sejam cumpridos. Acompanhando a humanidade há milênios, o poder suave se fez sentir sobretudo na cultura. O exemplo mais clássico é Hollywood, que, com seus filmes e produtos dele derivados, reproduz um estilo de vida que serve muito bem aos interesses americanos no campo da política e da economia. Porém, diversos outros tipos de poder suave têm mostrado sua força ao longo dos séculos, deixando claro que ideias podem, por vezes, ser mais persuasivas que canhões.Publicação única no Brasil, fruto de mais de dois anos de intensas pesquisas e dezenas de entrevistas, este livro explica os mecanismos de ação do poder suave e sua expressão em áreas como música, cinema, artes plásticas, dança e artes visuais. Obra atual e perene, é dedicada a estudantes e profissionais de Comunicação, Relações Internacionais e Ciências Políticas, mas sobretudo a todos aqueles que desejam conhecer melhor uma força tão sutil e, ao mesmo tempo, inquestionável.
Jornalismo cultural no século 21
Literatura, artes visuais, teatro, cinema, música [A história, as novas plataformas, o ensino e as tendências na prática]
R$92,10No mercado editorial brasileiro e mundial, existem poucas obras dedicadas ao universo do jornalismo cultural, muito embora ele atraia cada vez mais profissionais e responda por uma fatia importante do faturamento dos veículos de comunicação. Buscando preencher essa lacuna, Franthiesco Ballerini oferece ao leitor um panorama amplo e aprofundado do tema. Partindo de um histórico do surgimento e da consolidação do jornalismo cultural no Brasil e no mundo, o autor mostra como a atuação nesse nicho se consolidou ao longo dos séculos e em seguida mergulha nas principais áreas cobertas por ele: literatura, artes visuais, teatro, cinema e música. Mas não só: atento às mudanças provocadas pelo advento da internet, Ballerini fala sobre os novos universos – como games, gastronomia e moda – e as novas plataformas – portais, redes sociais – em que os jornalistas especializados podem atuar. Contando com entrevistas detalhadas com os jornalistas culturais mais importantes em atividade no Brasil, a obra traz ainda um capítulo sobre o ensino universitário da especialidade e um ensaio sobre as inter-relações entre consumo e cultura.
Diário de Bollywood
Curiosidades e segredos da maior indústria de cinema do mundo
R$58,40Misto de diário de campo e grande reportagem, a obra aborda as principais características do cinema indiano, conhecido mundialmente como Bollywood. Reflete com olhar crítico os pontos fortes desta indústria, suas dificuldades e o momento de transição inédito por que passa a indústria cinematográfica indiana. Por fim, faz um paralelo com o cinema de Hollywood e da América Latina.