Nascido em Paysandú, Uruguai, em 1970, dedica-se há mais de 25 anos ao acompanhamento de pacientes adictos. Formado em psicologia pela Universidad de la República (Udelar), iniciou sua formação em Gestalt-terapia em 1993. Também se especializou em disciplinas como bioenergética, psicologia transpessoal e terapia de família. Foi consultor do Instituto Interamericano del Niño (OEA), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Saúde Pública do Uruguai e do município de Paysandú. Ali fundou e dirigiu o primeiro centro de formação em Gestalt-terapia do interior do país. Além de seu trabalho clínico em consultório, dá conferências, workshops, cursos e seminários para universidades, empresas e instituições em países como Espanha, Argentina, Brasil, Cuba, Panamá e Uruguai.
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Soltar as muletas
Um olhar diferente sobre as drogas e a adição
R$74,70Em 18 de junho de 1971, o então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon declarou que a guerra às drogas – ilícitas, que fique bem claro – deveria ser prioridade em seu país. A partir de então, diversas nações do mundo, em maior ou menor grau, entraram nessa cruzada, que continua até hoje. No entanto, ao contrário do que se esperava, seus resultados são bastante questionáveis: aumento do consumo de drogas, explosão do número de mortes ligadas ao tráfico e enriquecimento estratosférico dos narcotraficantes. Por outro lado, substâncias consideradas legais – como tabaco, álcool e medicamentos controlados – continuam a provocar estragos na vida de centenas de milhares de pessoas. Os dependentes químicos são cada vez mais estigmatizados, ao mesmo tempo que o Estado e a sociedade os desprezam e ignoram. Quando não estão abandonados à própria sorte, são confrontados com ações compulsórias de tratamento e reclusão, em vez de usufruir de políticas públicas que lhes permitam recuperar a dignidade e a vontade de viver.Voz dissonante nesse campo, o psicólogo uruguaio Hermann Schreck Malgor analisa profundamente a questão da adição de outro viés: o de que as drogas não são o problema, mas a solução que os dependentes encontraram, naquele momento, para sobreviver a um intenso sofrimento emocional. Com ampla experiência clínica, baseada nos ensinamentos da Gestalt-terapia, o autor apresenta diversos relatos de casos em que a adição foi superada não mediante a abstinência ou a reclusão, mas quando dores antigas foram ouvidas, validadas e curadas. Em capítulos curtos e inteligentes, ele utiliza uma linguagem fluida e não técnica para nos trazer verdades extremamente incômodas, que nos farão questionar diversos paradigmas que repetimos há décadas quando o assunto é drogas.