Josildeth Gomes Consorte

Baiana nascida em Salvador, fez pós-graduação em Antropologia nas universidades norte-americanas Columbia, em Nova York, e de Chicago entre 1953 e 1955, logo após participar do Projeto Estado da Bahia, da Universidade Columbia, dirigido por Anísio Teixeira entre 1950 e 1952. Doutorou-se em Ciências Humanas, em 1973, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na qual atuou como professora titular a partir de 1964 e foi uma das responsáveis pela implantação do “ciclo básico” da universidade, nos anos 1970. Hoje aposentada, tem em seu currículo diver­sas atividades pioneiras: foi uma das primeiras bolsistas de intercâmbio internacional da Capes; a primeira mulher negra e bolsista de estudo da Capes para intercâmbio internacional, orientada pelo Prof. Dr. Thales de Azevedo, na Universidade Federal da Bahia; e a primeira pesquisadora contratada, em 1955, pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), dirigido por Anísio Teixeira no Rio de Janeiro. É sócia-fundadora da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), criada em 1955, e Doutora Honoris Causa pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Recebeu o título de Pesquisadora Emérita pelo CNPQ, do Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2021. Tem interesse em diversas áreas do conhecimento da Antropologia, como Educação, Manifestações Religiosas Brasileiras e Relações Étnicas.

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Mulher negra e ancestralidade

Ana Piedade Armindo Monteiro
Delcirene Videira da Silva
Josildeth Gomes Consorte
e mais 6 autores
R$84,40

Sem esquecer a luta cotidiana e as adversidades que marcam a vida atual das mulheres negras, as autoras deste volume vão buscar na ancestralidade a base para a construção de um futuro permeado de conhecimento, arte, cuidado e justiça social. Assim, apelando para a força de mães de outrora, baseiam suas reflexões em um passado esquecido que, ao se revelar, mostra extrema potência transformadora. Entre os temas abordados neste volume estão: práticas ancestrais ligadas à figura feminina em Moçambique; a resistência aos casamentos prematuros naquele mesmo país; as diferenças entre mulheres negras (brasileiras e africanas) e mulheres eurocentradas; a sabedoria das moradoras do Recôncavo Baiano que exercem as profissões de costureiras e vendedoras de acarajé; a educação nos terreiros de candomblé, assentada em valores éticos ancestrais; a trajetória de professoras alfabetizadoras na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental; as lutas das mulheres negras no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e no continente africano; as mulheres amazônicas que atuam como “servas e empregadas” do Divino Espírito Santo de Mazagão Velho, no Amapá.

A coleção África, presente! Negritude e luta antirracista constitui um espaço de produção e divulgação do pensamento não hegemônico acerca de africanos, afro-brasileiros e indígenas. Seu objetivo é problematizar e contestar cientificamente paradigmas, falácias e metodologias euro-ocidentais.