No mês de julho, em que estamos abordando a importância tanto da saúde física como da emocional, temos o prazer de trazer uma entrevista com Dr. Roberto Cardoso, autor de Medicina e Meditação, um livro que desvencilha a meditação da religião e aborda o quão benéfica a prática pode ser quando aliada à medicina.
– No primeiro capítulo de seu livro Medicina e meditação, você diz que não é simpático ao termo “medicina alternativa”. Porém, desde o lançamento da obra, em 2005, tal termo foi se tornando cada vez mais comum, sendo difundido, principalmente, pelas redes sociais. Como você enxerga essa difusão?
Nos grandes centros, o termo de uso mais comum, hoje, é Medicina Integrativa, ou Práticas Integrativas.
Até mesmo o NCCAM (National Center for Complementary and Alternative Medicine), criado em 1991, mudou seu nome para NCCIH (National Center for Complementary and Integrative Health) a partir de 2014 (veja aqui).
Hoje, a tendência é buscar “utilizar tudo o que puder ajudar o paciente”, incluindo tanto os procedimentos convencionais quanto as abordagens ancestrais (estas últimas dentro de um nível mínimo de comprovação científica), integrando todas as abordagens em conjunto, harmonicamente.
– Durante a pandemia, a busca de técnicas de meditação aumentou, e a prática começou a ser vista pela grande mídia como aliada para manter a saúde mental e o equilíbrio emocional naquele período. Como pesquisador e ministrante de workshops sobre meditação, você acredita que as pessoas continuaram a praticá-la? Em caso negativo, o que teria causado esse afastamento da prática?
Sim. De fato, durante a pandemia, a procura por “Meditação” em sites de busca cresceu exponencialmente (veja aqui).
Na minha observação clínica, algo entre 50 e 55% dos iniciados no método naquela época ainda são praticantes regulares.
Crises aumentam a busca por intervenções que possam dar um equilíbrio emocional. Após a triste enchente em terras gaúchas, nas minhas postagens sobre meditação e autoconhecimento em redes sociais, o Rio Grande do Sul passou de 5º ou 6º para 3º estado com maior número de visualizações entre seus internautas.
– Qual é a importância da união entre medicina e meditação nesse mundo novo, pós-pandemia, e que avanços que você prevê para os próximos anos?
Vejo que existe uma emergência global de transtornos de ansiedade e depressão. E a pandemia piorou isso (Veja aqui), ou talvez tenha em parte “tirado a sujeira de debaixo do tapete”.
Nos EUA, por exemplo, mesmo com uma certa queda do número de casos em 2024, ainda temos 21% dos adultos com sintomas de ansiedade ou depressão. Isso corresponde a vários milhões de pessoas (Veja aqui).
Vejo a meditação como um método relativamente simples de ensinar, de baixíssimo custo, com poucos efeitos colaterais e com um imenso potencial promotor de saúde, prevenção de doenças e potencializador de diversos tratamentos em saúde (Veja aqui ).
Meu Instagram que fala sobre temas de meditação e autoconhecimento é o @radcardoso
Conheça a obra, publicada pela MG Editores:
Medicina e meditação
Um médico ensina a meditar
R$58,40Médico há mais de vinte anos e meditador há mais tempo ainda, o autor mostra com precisão várias técnicas de meditação e os seus benefícios para a saúde. Sem qualquer orientação religiosa, filosófica ou moral, trata-se de uma obra para ler, aprender e praticar. Edição revista, atualizada e ampliada.