Quando uma pessoa faz questão de dizer que se ama muito, que se sente à vontade na própria pele e que está pronta para encarar qualquer tipo de obstáculo na vida, desconfie.
Em muitos casos, o que parece fruto de uma autoestima elevada pode significar justamente o contrário, conforme mostram os indícios a seguir.
Excesso de autoconfiança pode mascarar inseguranças
Segundo a psicóloga e psicanalista Maria Eugênia Fernandes, diretora da APP (Associação de Psicoterapia Psicanalítica), algumas pessoas não conseguem aceitar as próprias fragilidades e se armam de artifícios para se mostrarem fortes.
“Elas fazem isso para se livrarem do sentimento de inferioridade e não se mostrarem de verdade. Porém, carregam dentro de si uma insatisfação enorme”, afirma.
“Além disso, tentar demonstrar autoconfiança em excesso pode servir como uma defesa ou proteção da pessoa contra possíveis decepções”, fala a psicóloga e coach Aline Saramago.
Buscar a perfeição é um erro
Há quem, na tentativa de mostrar ao mundo que tem uma boa autoestima, acabe mirando na perfeição, o que é um grande erro.
“Quem está atrás da perfeição pratica a autossabotagem, para dizer o mínimo. A busca constante deve ser pela melhoria contínua. Isso, sim, é possível e saudável”, conta Izabel Failde, psicóloga organizacional e consultora de desenvolvimento pessoal e autoliderança.
Autoestima muito alta soa como arrogância
Podemos dizer que alguém tem boa autoestima quando sente respeito, amor e orgulho por si mesmo.
“Já a pessoa arrogante transforma esse orgulho por si mesma em sentimento de superioridade e utiliza suas qualidades de maneira destrutiva nas relações, procurando inferiorizar ou humilhar os outros”, diz Maria Eugênia.
Provar a todo instante: para quê?
Quem tem, de fato, boa autoestima não precisa provar nada para ninguém, apenas ser verdadeiro com seus sentimentos e ações.
“Isso significa estar em paz com si próprio e com as pessoas ao redor”, diz Márcia Sando, psicóloga e coach de relacionamentos.
Ninguém é feliz o tempo todo
A “felicidade plena” se forma com a união de momentos, de acordo com Izabel Failde.
“Quem é feliz se sente feliz a maior parte do tempo, tem resiliência, sabe extrair aprendizados de qualquer situação. Uma boa autoestima ajuda a ‘voltar ao eixo’ mais rapidamente quando algo não está bem”, diz ela.
No entanto, quem faz questão de se mostrar 100% bem o tempo todo ou dizer que não tem medo de dificuldade alguma pode estar disfarçando emoções.
É preciso se aceitar como é
Para a psicóloga Maria Cristina Balieiro, coautora do livro “O Feminino e o Sagrado” (editora Ágora), mais importante do que investir no autoconhecimento para obter uma autoestima realista é aprender a gostar de si e a se aceitar como é.
“A autoaceitação é fundamental, mas sob um ponto de vista humano, não almejando a perfeição. É preciso aceitar as qualidades e os defeitos, a luz e a sombra”, diz.
Matéria de Heloísa Noronha, publicada originalmente no UOL, em 28/02/2018. Para lê-la na íntegra, acesse: https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2018/02/28/gente-que-se-acha-a-ultima-bolacha-do-pacote-nem-sempre-e-feliz.htm
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Conheça os livros de coautoria da psicóloga Cristina Balieiro publicados pela Ágora:
O FEMININO E O SAGRADO
Mulheres na jornada do herói
Autoras: Cristina Balieiro, Beatriz Del Picchia
De que forma se entrelaçam o feminino, a mitologia, e as manifestações do sagrado na vida cotidiana? Partindo desse questionamento, as autoras entrevistaram 17 mulheres, cujas histórias compõem a obra. Tomando como base as etapas da jornada do herói, modelo mitológico descrito por Joseph Campbell, elas revelam histórias fortes de mulheres que tiveram a coragem de buscar o sagrado, pagando às vezes um alto preço por isso. As entrevistadas são: Ana Figueiredo, Andrée Samuel, Bettina Jespersen, Heloisa Paternostro, Jerusha Chang, Maria Aparecida Martins, Monica Jurado, Monika von Koss, Neiva Bohnenberger, Regina Figueiredo, Renata C. Lima Ramos, Rosane Almeida, Sandra Sofiati, Solange Buonocore e Soninha Francine.
MULHERES NA JORNADA DO HERÓI
Pequeno guia de viagem
Autoras: Cristina Balieiro, Beatriz Del Picchia
Baseadas no grande sucesso da obra O feminino e o sagrado – Mulheres na jornada do herói, Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro produziram uma obra dinâmica e objetiva na qual resumem os passos da jornada descrita por Joseph Campbell e apresentam depoimentos de mulheres que superaram inúmeros desafios para atingir a plenitude no cotidiano.
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