A cena é familiar para muita gente: você encontra um casal de amigos e algo lhe diz que a situação entre eles não vai bem. Não é só impressão: a linguagem corporal pode trazer pistas que um casal enfrenta problemas na relação, mesmo que eles não tenham percebido. “Quanto mais o casal se toca, mais intimidade existe entre eles”, explica Paulo Sergio de Camargo, especialista em linguagem corporal.

Segundo Paulo, um exemplo público dessa falta de conexão é a relação entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua esposa Melania – as fotos do casal em geral demonstram grande distanciamento entre os dois. “Repare que ele sempre anda na frente na esposa, o que pode ser uma necessidade de mostrar que é ele quem comanda as relações”, explica Paulo. Além desse, outros gestos e expressões podem denunciar problemas no relacionamento, confira:

  • Posição das mãos e pés

Olhar para o celular enquanto o outro fala ou parecer desligado enquanto a pessoa fala são as indicações mais óbvias de desinteresse do parceiro, mas Paulo aponta outros gestos pequenos que podem acusar o sentimento. Um dos sinais mais apontados é ver as pontas dos pés apontadas para outro lado que não seja o do parceiro (indicando que a pessoa não gostaria de estar ali) ou o eixo do corpo voltado em outra direção que não a do par. Outros sinais são esfregar os olhos quando fala ou quando escuta uma pergunta, ou ainda esfregar as pernas com as duas mãos quando conversa com o outro.

  • Há um desconforto visível

A face que não entrega nenhum sentimento – apelidada de “poker face” por alguns, por conta do rosto sem expressão dos jogadores profissionais de carteado – não é um traço de personalidade, mas sim um truque que demanda muito treinamento e concentração. “A ‘poker face’ pode ser treinada, mas a maioria das pessoas não consegue esconder as emoções, pois elas se revelam em microexpressões que duram cerca de ¼ de segundo”, explica Paulo. “No caso dos casais em geral é muito, muito difícil fingir que você não está desconfortável.”

  • Sorriso amarelos e abraços incompletos

Forçar proximidade é uma maneira de driblar a situação em público. O chamado abraço incompleto (em que as mãos não se fecham ao redor do ombro do outro ou nem mesmo chega a encostar) é um sinal de desconforto entre um casal. “Pode reparar que entre Trump e sua esposa não existe o ‘fio invisível’, a atração que puxa o olhar de uma pessoa para você”, explica Paulo. “Compare com Barack e Michelle Obama – ele andava lado a lado com a esposa, sempre de mãos dadas. Você podia perceber a sintonia entre eles de longe.”

  • O casal evita se tocar em público

Um casal em sintonia produz o que Paulo chama de “gesto espelho” – um imita a posição do outro sem perceber e até completam as frases do parceiro de maneira não intencional. O “fio invisível” também se percebe nitidamente em um casal apaixonado – o gesto de procurar e localizar o parceiro em um ambiente cheio e olhar diretamente nos olhos quando se conversa. “Quando um casal está em crise, mesmo que não briguem ou discutam, dá para notar porque o índice de sorrisos diminui muito e eles não se tocam. Um casal em sintonia, por outro lado, está sempre se tocando.”
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Matéria de Anna Fagundes, publicada originalmente no UOL, em 26/04/2017. Para acessá-la na íntegra: https://estilo.uol.com.br/comportamento/listas/ta-na-cara-como-o-corpo-acusa-quando-o-relacionamento-nao-esta-bem.htm

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Paulo Sergio de Camargo tem dois livros sobre o tema publicados pela Summus. Conheça-os:

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10707
LINGUAGEM CORPORAL
Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais

Esta é a mais completa obra sobre o tema já publicada no Brasil. Ricamente ilustrada, aborda todos os aspectos da comunicação não verbal. Além disso, ensina o leitor a identificar quando alguém está mentindo e dá dicas de como usar a linguagem corporal a seu favor nas entrevistas de emprego.

 

10805NÃO MINTA PRA MIM! PSICOLOGIA DA MENTIRA E LINGUAGEM CORPORAL

Fruto de mais de 15 anos de pesquisa sobre o tema, este livro trata da linguagem corporal e, especialmente, da mentira. O objetivo é revelar ao leitor um meio prático de reconhecer as mentiras, lidar com os mentirosos e evitar as armadilhas que as mentiras impõem em diversos contextos: em casa, na escola, no ambiente de trabalho, na política. O tema é tratado tanto do ponto de vista científico como do prático, com exemplos do dia a dia das pessoas, mostrando desde os motivos pelos quais elas mentem à identificação da mentira por meio da observação da linguagem corporal. O autor não imprime um tom moralista, mas defende que não se constrói algo bom com base na mentira.

 

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