Texto parcial de matéria de Bárbara Therrie, publicada originalmente no VivaBem │ UOL,
em 31/01/2022
Doença, pressão no trabalho, problemas no relacionamento, falta de dinheiro. A lista de coisas com as quais podemos ficar estressados é grande e não para por aí. De acordo com o dicionário, estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa e outras, capazes de perturbar sua homeostase (equilíbrio).
Quando o corpo humano é submetido a qualquer mudança, seja na esfera física ou não, o mesmo lança mão de ferramentas para reagir e se adaptar a essa nova realidade com alterações no corpo. A reação biológica do estresse, quando excessiva e constante, torna-se doença: desregula vários hormônios e substâncias no cérebro, causando uma série de sintomas e mal-estar.
A seguir, veja 10 sinais que seu corpo dá de que você está estressado:
1. Tremor das pálpebras
O tremor das pálpebras, cujo nome técnico é blefaroespasmo, pode ocorrer pela sensibilidade dos músculos que compõem as pálpebras às catecolaminas (adrenalina, noradrenalina) —hormônios que estarão elevados— e pela estimulação do sistema nervoso autônomo. Por serem músculos finos e delicados, são mais sensíveis às elevações dessas substâncias.
A contratura repetida e involuntária da pálpebra, em geral a de um olho só, pode ser um sinal de estresse, sobretudo quando associado a condições de fadiga, esforço visual excessivo no uso de celulares ou computador.
O tremor palpebral pode também estar associado a excesso de cafeína ou a outros problemas, como falta de nutrientes (baixos níveis de vitaminas do complexo B) e doenças dos olhos. Caso esses espasmos musculares sejam frequentes e demorados, é importante passar por uma avaliação com o oftalmologista.
2. Diarreia
Os intestinos são conhecidos como o nosso segundo cérebro por produzirem várias substâncias, entre elas, alguns hormônios. O estresse, ao desregular hormônios como a adrenalina e o cortisol, e com a estimulação do sistema nervoso autônomo, acelera e prejudica o funcionamento intestinal, podendo causar dor abdominal, como cólicas, gases, episódios de diarreia ou constipação.
Um exemplo típico é quando uma pessoa tímida precisa falar em púbico. A exposição a essa situação estressante pode lhe causar cólicas abdominais e diarreia, podendo estar associado a náuseas e vômitos. Por vezes, até um susto forte pode provocar um episódio de diarreia.
3. Azia
Além da diarreia e do desarranjo digestivo, o estresse aumenta a produção de ácido clorídrico no estômago, irritando seu interior. Isso causa queimação, refluxo do ácido em direção à garganta, azia e desconforto.
Quando o estresse é crônico, isso pode evoluir para gastrite e até para um quadro bem mais grave de úlcera, sobretudo se o estresse coexiste com uma dieta de refrigerantes, fast-food, café e álcool em excesso, apimentados, frituras, doces e salgadinhos industrializados.
4. Dor de cabeça
Dores de cabeça constantes podem ser causadas pelo estresse, mas também por outros fatores. Hoje em dia o principal vilão é o celular, devido ao excesso de esforço visual, de passar horas em frente à tela, e pela má postura.
Ao ficarmos estressados, também podemos ter cãibras, espasmos e contraturas musculares involuntárias, principalmente na região do pescoço e na parte alta das costas. Nas grandes cidades, o ruído, a tensão nas ruas e a poluição podem potencializar as dores de cabeça ligadas ao estresse.
5. Taquicardia e falta de ar
Quando estamos tranquilos, nosso coração bate de forma lenta, ritmada e quase imperceptível. Se estamos estressados, o ritmo cardíaco é rápido e descompassado: o coração pula no peito. Tudo isso é causado pela liberação excessiva dos hormônios do estresse, como a adrenalina.
Já a falta de ar que sentimos num episódio de estresse é, em parte, determinada pela contração simultânea de músculos de inspiração e expiração, que acabam se anulando e não “puxam” o ar. Nesses casos, o paciente faz exames dos pulmões e eles vêm normais.
O controle do ritmo de inspirar e soprar o ar é capaz de deter rapidamente a taquicardia e o mal-estar do estresse. Tente respirar lenta e suavemente pelo nariz, levando o ar para dentro enquanto a barriga infla, e relaxando tudo, para o ar se esvair. Observe como o coração se acalma. É uma técnica simples e rápida da ioga que todos podem usar em situações de estresse. É o popular “respire fundo”, só que com mais técnica.
6. Alergias e problemas de pele
Podemos dizer que o estresse “tá na cara”. Isso porque, ao prejudicar o funcionamento do sistema imune, as bactérias proliferam mais na pele. Os estressados e estressadas tocam mais o rosto, propagando essas bactérias, e piorando a acne. Além disso, os delicados vasos sanguíneos do rosto se alteram e dão a aparência cansada.
O estresse também pode causar alergia emocional, com coceiras, vermelhidões e formação de placas inchadas e incômodas na pele, a urticária. Há também condições mais graves da pele, como a psoríase, que pioram com o estresse.
No entanto, o elo entre alergia e estresse vai além da pele. Condições como asma brônquica, rinites e as chamadas doenças autoimunes podem ser desencadeadas ou piorar muito com o estresse.
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Fontes: Breno Serson, médico psiquiatra pela USP (Universidade de São Paulo) e Hospital das Clínicas, autor do livro “Transtornos de Ansiedade, Estresse e Depressões: Conhecer e Tratar” (MG Editores); Roberto Melo Cardoso, clínico geral e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica – Regional Ceará.
Para ler a matéria na íntegra, acesse: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/01/31/palpebra-tremendo-azia-10-sinais-que-corpo-da-quando-voce-esta-estressado.htm
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Conheça o livro do psiquiatra Breno Serson, uma das fontes da matéria:
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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, ESTRESSE E DEPRESSÕES
Conhecer e tratar
Autor: Breno Serson
MG EDITORES
Insônia, falta ou excesso de apetite, falta de ar, tonturas, medos, aperto no peito, pensamentos angustiantes. Esses e outros sintomas físicos e mentais podem indicar um transtorno de ansiedade ou depressão, que atinge cada vez mais nossa sociedade contemporânea. Este livro objetiva partilhar conhecimento, em linguagem simples, sobre os transtornos ansiosos e depressivos e os tipos de tratamento disponíveis, refletindo sobretudo sobre a integração de tratamentos convencionais e de medidas gerais benéficas.