Texto parcial extraído da coluna de Elânia Francisca, publicada no Viva Bem│UOL em 17/09/2021.
Muitas pessoas ainda acreditam que adolescência e puberdade têm o mesmo significado, por isso vou começar essa reflexão explicando a diferença entre as duas. A palavra puberdade vem do latim pubertas e significa “coberto de pelos”. Trata-se de um momento do desenvolvimento humano no qual acontecem mudanças corporais e também emocionais. Ela, normalmente, acontece entre 8 e 14 anos de idade e é nesse período que nossos corpos começam a produzir hormônios como testosterona, estrogênio e progesterona. Esses hormônios são responsáveis pelo aumento e engrossamento dos pelos nas axilas, púbis, pernas e rosto. Também acontece a menarca (primeira menstruação) e semenarca (primeira ejaculação com a presença de espermatozoides).
Já a palavra adolescência vem do latim adolescere, que significa crescer. O termo adolescente se refere à pessoa que está na fase crescente. E essa fase da vida não está relacionada a nenhuma questão fisiológica, mas parte dela acontece junto com a puberdade, por isso muitas pessoas confundem a adolescência com a puberdade. Então, recapitulando: a puberdade ocorre entre os 8 e 14 anos, já a adolescência, por ser uma construção social e histórica, pode variar de cultura para cultura. Aqui no Brasil temos a definição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que diz que essa fase começa aos 12 anos e finda aos 18.
Saúde mental na segunda década da vida
Independentemente de serem duas coisas diferentes, é importante saber que tanto a adolescência quanto a puberdade provocam intensas mudanças. Além disso, a segunda década da vida ainda é muito estigmatizada, sendo muitas vezes adjetivada, de forma pejorativa, por pessoas adultas, como “aborrecência”, que dá conotação de que essa é a fase do aborrecimento.
Se para pessoas adultas lidar com as mudanças de adolescentes já é difícil, imagine ser a pessoa que está sentindo essas mudanças, literalmente, na própria pele?
Imagine acordar um dia e seu corpo estar totalmente mudado, sua voz falhando, espinhas pelo rosto e costas, pelinhos crescendo em regiões inesperadas e seu humor mudando a cada hora. Agora imagine tudo isso somado ao desconforto de se olhar no espelho, ter vergonha da não-aceitação em grupos de amizades e o conflito de querer conversar sobre tudo isso e temer não ser compreendida em sua angústia?
Muitas pessoas que estão na adolescência sentem a pressão de ter que pertencer a um grupo social e, ao mesmo tempo, lidar com novas formas de olhar para o próprio corpo e compreender suas emoções.
A psicoterapia, nessa fase da vida, surge como um espaço seguro que possibilita a expressão de sentimentos sem julgamento, além de ser sigiloso. É importante que saibamos que o processo terapêutico pode auxiliar no desenvolvimento saudável, contribuindo para que a passagem pela adolescência seja feita com potência e autocuidado.
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Para ler a coluna na íntegra, acesse: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/elania-francisca/2021/09/17/psicoterapia-na-adolescencia-e-algo-realmente-necessario.htm
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Tem interesse pelo tema? Conheça algumas das obras do Grupo Summus que abordam a terapia com adolescentes:
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ADOLESCÊNCIA NA CLÍNICA GESTÁLTICA
Organizadoras: Lia Pinheiro, Rosana Zanella
SUMMUS EDITORIAL
A Gestalt-terapia considera o indivíduo um ser em processo, dotado da capacidade de se transformar ao longo do percurso de acordo com as relações que estabelece consigo, com os outros e com o mundo. Compreendendo a adolescência como uma fase em que passado e futuro se relacionam diretamente com o presente, os autores desta obra usam de toda sua expertise para trazer uma nova compreensão dessa delicada fase da vida. Entre os assuntos abordados aqui estão a psicoterapia breve com essa faixa etária, vulnerabilidades, depressão, desconhecimento e descoberta, relações familiares, parentalidade, uso excessivo da tecnologia e rodas de conversa como modalidade terapêutica – temas atuais e contemporâneos que levam o leitor a refletir sobre a teoria e as experiências práticas aqui relatadas. Prefácio de Jorge Ponciano Ribeiro.
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A CLÍNICA GESTÁLTICA COM ADOLESCENTES
Caminhos clínicos e institucionais
Organizadora: Rosana Zanella
SUMMUS EDITORIAL
São conhecidas as dificuldades vividas por professores, familiares, educadores e profissionais da área de saúde ao lidar com adolescentes. Neste livro, autores experientes mostram diversas modalidade de atendimento a adolescentes, tanto na clínica quanto em instituições. Temas como bullying, intervenção psicológica, orientação profissional e conflitos familiares são abordados em profundidade.
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TEMAS DA CLÍNICA DO ADOLESCENTE E DA FAMÍLIA
Autoras: Liana Fortunato Costa, Marlene Magnabosco Marra
EDITORA ÁGORA
Obra que apresenta referências teórico-metodológicas e experiências que fundamentam a prática da clínica com adolescentes e com famílias. Partindo de contextos socioterapêuticos e socioeducacionais, o livro identifica o campo de trabalho da clínica na atualidade e explora novas possibilidades de intervenção em contextos não terapêuticos com adolescentes e suas famílias.
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TERAPIA DE FAMÍLIA COM ADOLESCENTES
Organizadoras: Gisela Castanho, Maria Luiza Dias
EDITORA ÁGORA
A clínica com adolescentes vem recebendo cada vez mais atenção de pesquisadores e profissionais da psicologia. Porém, ainda são raras as publicações que tratam da terapia de família com jovens, modalidade cuja procura cresce tanto em consultórios particulares quanto em instituições.Visando suprir essa lacuna, Gisela Castanho e Maria Luiza Dias reuniram profissionais experientes para discutir o papel do terapeuta diante das famílias com adolescentes. Oriundos de diversas abordagens, os autores desta obra compartilham seu conhecimento de forma generosa, compondo um painel rico e instigante sobre temas como conjugalidade, parentalidade, abuso físico e moral, autoridade, adoção e tecnologia. Obra fundamental para terapeutas de qualquer filiação e também para estudantes de Psicologia.